sábado, 20 de setembro de 2008

Respeitos a Gedeone Malagola

Morreu Gedeone Malagola.

Você nunca ouviu falar dele, aparentemente. Mas saiba que ele foi um herói.

Não é todo mundo que dá a devida importância a quadrinhos, especialmente quadrinhos de super-heróis. Mas já é hora das pessoas que se dizem "adultas" descerem do tamanco e admitirem que esse ramo de literatura tem uma profunda importância na cultura. Sua simbologia, seu desenvolvimento, sua iconografia já é parte reconhecível de inúmeros pedaços da vida do ser humano. Ou seja, é uma forma de expressão ampla. Ou seja, para os "descritivamente limitados", é arte.

Como desenhista, fã de quadrinhos, ilustrador, cartunista e roteirista, tenho que prestar meus respeitos a qualquer um que luta para desenvolver esse tipo de arte no Brasil. Se no resto do mundo as pessoas já dificultam a exposição desse tipo de arte, imagine no Brasil, onde o povo é ignorante e o Paulo Coelho é sinônimo de literatura.

Gedeone Malagola criou vários personagens que não lutavam contra o mal em Nova York ou em Los Angeles, e sim voavam pelos céus de São Paulo, de Brasília. O maior personagem que criou, Raio Negro, encontrou um alienígena moribundo e recebeu dele um anel de poder. Ok, muito mais do que uma "referência" ao Lanterna Verde, mas era nosso. Era brasileiro. Era uma história completamente criada aqui que chegou às bancas e não era do Maurício de Souza. Isso é uma façanha, ainda mais na época em que saiu.

Malagola ainda criou outros personagens, como o Hydroman e o Homem Lua, roteirizou mais de mil histórias para outros desenhistas e criou histórias de terror e infantis.

Artistas assim não nascem todo dia. São referência para todos.

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