quarta-feira, 8 de junho de 2011

Admiração

Você é louco, sabia?

Daqueles de varrer-se para debaixo do tapete. Daqueles de ser chutado pelo rei de Esparta.

Você faria o Ministro da Caminhada Boba parecer um duque do sapateado.

A única questão é descobrir onde fica a coisa que transporta você até o ponto em que não é essa máscara de austeridade.

Todo mundo tem um estado confortável sobre o qual é permitido mudar a postura para algo não-recomendável pelo fisioterapeuta, usar tons de voz completamente adversos, e pensar o impensável.

Infelizmente nós somos arrastados para um “mínimo denominador comum” de diferenças e de insanidade ao realizar a tarefa de conviver.

Afinal, temos que falar todos a mesma língua, e levamos isso ao aspecto da normalidade. Todos são “normais”.

Mas você sabe do que eu estou falando. Você sabe que não é normal. Você sabe que você é diferente e único. E é a sua loucura que te faz assim. A sua língua própria e inensinável.

Sua paixão, sua maneira de ver a existência. Suas piadas de humor negro, que hão de reservar-lhe um espaço de honra entre o céu e o inferno, um dia. A sua dança. O riso que só você dá, porque só você achou engraçado.

Ninguém é “normal o suficiente” pra ser de fato normal.

E como não admirar que somos incompreensíveis? Como não ver beleza em cada pedaço de bizarrice que somos capazes de realizar? Conseguimos carregar tanta vida e tanto significado em cada vez que pensamos alto, lembramos ter esquecido algo, temos vontade de dançar sem música (ou dançamos sem música) que isso não nos faz somente o “topo da cadeia alimentar”. Isso nos faz uma raça única. E tão inexplicável.

Se fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, esse Deus deve ser muito, muito interessante. E um sucesso nas festas.

(dedicado a uma pessoa que, quando perto de mim, nunca precisou ser normal, e é a mais bonita por isso)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

1s/s

Fiz 26 anos.

Lá nos fundos da base, soou o "Alerta 30".

Mas não acho que vá importar tanto assim. É só acostumar-se que o alerta pára de tocar. Ou acostuma-se ao barulho dele.

Há muito pra aprender e viver e fazer. De modo que não "me sinto mais velho" há um tempo.

Cada dia estou reconhecendo mais que estou chegando perto de um Futuro. Um futuro inevitável. A uma velocidade de Um Segundo Por Segundo.

E eu quero poder entender que os momentos podem ser belos e eternos, cada um a seu modo.

Quero ser como o Kevin Spacey no final de Beleza Americana, que "no final de sua vida, só podia ser grato por cada momento de sua vidinha estúpida". Quero olhar pra trás como Paulo (o São), e saber que eu completei a corrida, que eu lutei o bom combate, que eu guardei a fé.

Entender que eu soube apreciar a chuva.

Mas esses são pensamentos demasiados futuros.

Agora que tenho 26 anos e sou teoricamente um homem feito, vamos tirar esse blog das traças. Há muito para se escrever com tanta coisa acontecendo na minha vida. E no meu mundo, o planeta Terra.

Volte sempre.