MulherDAY

Deus tinha uma pulga atrás da orelha.

Tinha um pepino em seu jardim. Um mané solitário, sem muito o que fazer. Viu que faltava outra metade.

E aí teve a brilhante idéia de inventar a mulher. Não se pode dizer que Ele queria facilitar as coisas nem pra Adão, nem pra mim, nem pra você. Foi e inventou uma complicada máquina de sentimentos, capaz de ir dos abismos da tristeza até as galáxias de alegria levando-nos junto.

A mulher pode ser engraçada mesmo sem querer. Pode ser bobalhona como um golfinho, pode ser estabanada, desastrada e destrutiva, como naturalmente é atrás de qualquer volante. Pode fazer você respirar, ou não, só por sorrir.

Ela consegue falar de coisas que você não espera. Normalmente é mais inteligente do que parece, e quase sempre do que você. Há algo na cabeça dela que funciona de uma maneira diferente, não numa outra direção, as vezes nem em outro ritmo, simplesmente outra maneira.

Ela é complicada, e normalmente é uma maluca daquelas. Daquelas que pode não fazer o menor sentido por mais que você tente compreender. Quase sempre ela espanta qualquer sentido só de olhar pra ele e fazer uma careta.

Ela enche a paciência. E você sente falta quando não vê. Ela cria problema enquanto manda a solução pra lua. E quando você não vê sente falta. Ela pode ser chata as vezes, e implicante, e manhosa, e egocêntrica além da conta, e magoar você, e fazer você querer esmigalhar a existência. E quando você está vendo, não está sentindo falta.

Eu realmente não queria cair no “não podemos viver sem ela”, mas as provas contrárias não se manifestam, de tão forte o argumento delas.

Amiga, amante, mãe, tia, avó, prima, cara-metade, platônica, alma-gêmea, eternamente sua.

Disseram uma vez que Adão tinha tudo de perfeito na sua vida, andava junto de Deus. E ainda se sentia sozinho. Então Deus fez ele dormir. E ele não quis mais acordar.

As mulheres tem um dia só porque são minoria, ou porque são algo a comemorar?